sexta-feira, 30 de maio de 2014

(Re)post de (re)post. De uma forma ou de outra estou sempre a escrever sobre a mesma coisa.

Desde que comecei a andar de bicicleta, em 21 de Fevereiro de 2010, desde esse primeiro dia que me nasceu um sonho aqui dentro do peito, ainda não tinha preparação física mas comecei a sonhar com Santiago de Compostela, sair daqui, da minha cidade e fazer O caminho para chegar lá aproximadamente 300 km e 3 dias depois. Treinei para isso, fiz Km, fiz uma grande viagem num fim-de-semana para testar a minha capacidade física e estava tudo a correr bem para partir a caminho de Santiago em Maio, o meu corpo traiu-me, os meus joelhos não me deixaram partir e eu fiquei muito triste naquela altura. Um dos amigos que me acompanha nas pedaladas praticamente desde o início, aquele que estava a organizar a viagem chamou-me, ofereceu-me o Jersey que tinha feito para as pessoas que iam e disse-me que estava a dar-me aquilo como promessa que eu ia a Santiago ainda naquele ano. Emocionou-me e deu-me força para continuar a treinar. Naquela altura, ainda não tinha praticamente equipamentos nenhuns, só uns foleiros daqueles que se compram nas lojas de desporto, não tinha Jerseys de equipa, não tinha Jerseys de maratonas, aquele era lindo e de cada vez que saía de casa para andar de bicicleta olhava para ele, mas nunca tive coragem de o vestir, não me achava digna de vestir um Jersey com o estampado do caminho de Santiago, aquilo era algo maior, era um sonho por cumprir. Em Outubro desse ano o meu amigo organizou outra viagem e às quatro da manhã, num dia de temporal eu estava pronta para partir, levava o Jersey na mala, foi a viagem mais difícil de fazer de toda a minha vida, a tempestade, os joelhos que me voltaram a trair e a falta de experiência fizeram-me sofrer muito para lá chegar, duvidei se conseguiria, ainda durante a viagem não vesti o Jersey, pensava que se não conseguisse chegar à catedral nunca o iria vestir, só no último dia, já perto de Santiago é que me atrevi a vesti-lo e cheguei lá com ele. Desde esse dia, já ganhei vários, muitos Jerseys, já não me cabem numa gaveta, tenho inúmeros de maratonas, tenho de equipas, de lojas e até tenho mais três do caminho de Santiago, desde esse dia já me nasceram aqui dentro muitos mais sonhos, e já realizei um deles, fazer o caminho Francês de Santiago, sair de Saint-Jean-Pied-du-Port, nos Pirenéus e pedalar cerca de 900 Km até Santiago de Compostela, desde esse dia já pedalei milhares de km, tenho incontáveis recordações, mas aquele primeiro Jersey e o que senti quando o vesti pela primeira vez vão ficar-me para sempre gravados na alma e no coração.

É muito cedo e já estou acordada, mas isso não tem nada a ver com o assunto do post

Daqui a uma semana parto para mais uma viagem nos Caminhos de Santiago, desta vez parto de Chaves, para repetir o primeiro Caminho que percorri em 2010. Muita coisa mudou desde esse meu primeiro Caminho que trilhei com receios, insegurança, inexperiência e medos. Neste Caminho fui eu que organizei praticamente toda a viagem, analisei os percursos e decidi onde seria melhor pernoitar, reservei os melhores locais e dei conselhos sobre o que colocar nos alforges, a experiência do Caminho Francês deu confiança para isso a mim e aos que me acompanham. Vou com quatro rapazes que nunca fizeram este Caminho, só um deles é que já viajou em autonomia e um outro nunca fez um Caminho de Santiago, por isso intitulo-me carinhosamente de chefe de equipa. Quando olho para trás e comparo a Loira que partiu de Chaves numa madrugada de tempestade e que por pouco não conseguiu chegar a Santiago com esta que agora está a separar as poucas coisas para levar nos alforges em mais uma viagem agradeço aos Céus o dia em que peguei na bicicleta pela primeira vez, pelas histórias que isto me ofereceu, pelos dias preenchidos de aventuras, de alegria e de superação, pelos sítios que conheci, pelos trilhos que percorri e principalmente pelas pessoas que isto trouxe para a minha vida, que de outra forma provavelmente nunca chegaria a conhecer. Quando penso em tudo isto acho mesmo que começar a andar de bicicleta foi uma das melhores coisas que me aconteceu, sorrio e fico feliz e ansiosa por partir mais uma vez para pedalar, sejam 10 kms, 50 km, 100 km, 300 km ou 1000 km. Quando penso em tudo isto sinto-me capaz de percorrer o mundo.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Onde andas Loira?

A viajar no mundo da música, compassos, ritmos e batidas, este mundo é infinito, tanto que sou bem capaz de me perder por aqui.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Coisas que as fashion nunca explicam (ou, dúvidas que me atormentam)


  • Como andar de sandálias quando está um frio desgraçado sem ficar com os pés roxos?
  • Como conseguir manter os saltos dos sapatos impecáveis depois de caminhar ou conduzir com eles? (que é como quem diz, depois de os usar uma ou duas vezes)
  • Como manter a maquilhagem impecável nos dias em que estamos moncosas por uma constipação ou alergia e que não fazemos mais nada a não ser limpar o nariz?

Por hoje é só, agradecida.

Loira, o que vês do teu selim?


Felicidade.

terça-feira, 27 de maio de 2014

A sério, a culpa não é vossa, a culpa é minha, não se sintam mal, o meu blog é que tem uma grave lacuna

A sério, a culpa não é vossa. Pode dar-se o caso de não lerem mais blog nenhum. Pode dar-se o caso de acharem que sou bipolar. Pode dar-se o caso de no meio de tantos posts extremamente inteligentes e divertidos acharem que pode existir um em que me falta a sanidade mental. Pode dar-se o caso de serem apaixonados por mim e de me permitirem tudo. Pode dar-se o caso de o meu blog ser o único que lêem (eu sei que já disse isto, mas convém reforçar a ideia). Pode dar-se o caso de não saberem como funciona todo o blogomundo. Pode dar-se o caso de não perceberam por completo o meu humor super refinado. Pode dar-se o caso de não perceberem que às vezes estou apenas a ser irónica. Pode dar-se o caso de pensarem que as quedas de bicicleta me afectaram o cérebro e consequentemente a escrita. Não se preocupem com isso, a culpa é minha, vocês não têm culpa nenhuma, a sério, a culpa não é mesmo vossa. Mas caramba, não houve uma única alminha que percebesse o post anterior? Uma Loira até se sente só no mundo. Mas a culpa não é vossa, a culpa é toda minha, a sério que sim.

O meu desporto em vídeo

Podia fazer-vos um relato daquilo que é o meu desporto, mas isso já vocês estão fartos de ler por isso desta vez optei por vos mostrar um vídeo (nem sei como tal coisa não me passou pela cabeça antes, mas enfim), obviamente que o vídeo não é meu, primeiro, porque não gosto muito de protagonismo e já sem vídeos os fãs não me largam, segundo, porque não tenho uma câmara destas. Ainda assim foi simples, fui ao Youtube e escolhi um vídeo de uma das etapas que fiz este ano, quero dizer que antes deste dia estive três meses parada, só tinha rolado duas vezes e convidaram-me a participar, eu, que nunca desiludo, lá fui sem grandes expectativas, a não ser as do costume, chegar ao fim montada em cima da bicicleta e se possível ainda com os dentes todos na boca. Peço desculpa pelo amadorismo do vídeo, os rapazes que o filmaram descem muito devagar, eu desço muito mais depressa mas ainda assim já dá para ficarem com uma ideia mais clara do que é o BTT. No fim não deixo dedicatória nenhuma, primeiro, porque o vídeo não é meu, segundo, porque quem fode o corpinho para fazer cenas radicais sou eu e por isso o louvor é meu, meu, meu e só meu. Entrevistas ainda não dei nenhuma mas se quiserem podem contactar-me através do endereço de e-mail tambemqueroumblog@gmail.com


E sim, isto é um desporto para gente com os tomates no sítio.

Não me provoquem.

Posso viver num mundo distante, posso parecer completamente desinteressada ou até adormecida, posso nunca ter sonhado com isso, posso nunca me ter imaginado ali, pode a situação nunca me ter passado sequer pela cabeça mas se me desafiam acho sempre que sou capaz, acho sempre que posso tudo e que consigo agarrar o mundo com as mãos. Os desafios despertam em mim um milhão de possibilidades.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Há locais onde nunca podemos levar a nossa mãe

Ontem no final de almoço decidimos ir à Decathlon buscar umas coisas que nos faziam falta para a próxima viagem e levamos os meus pais. Quando chegamos à secção das bicicletas a minha mãe reparou num cartaz de BTT e entrou em pânico, o cartaz mostrava uma descida, não muito perigosa, mas a minha mãe quis saber de imediato se eu fazia aquilo, se por acaso dava saltos daqueles, obviamente que tentei explicar que aquilo era relativamente fácil e que não tinha mal nenhum, foi nessa altura que a minha mãe começou a reparar nos outros cartazes e nas fotografias e naquele instante não tive como a controlar. "Tu fazes aquilo? Tu és maluca? Qualquer dia ainda te matas, ainda no outro dia chegaste toda magoada a casa que eu bem vi. Uma pessoa não pode estar em casa descansada a saber que tu andas no meio do monte a fazer isto. Como é que eu vou dormir agora?" Entre piadas lá a consegui acalmar (mais ou menos) e lá a levei a casa, por um lado aborrecida por ela me estar a chatear com aquilo, por outro lado cheia de pena dela, não sei bem o que se diz a uma mãe que percebe que a única filha, que por acaso sou eu, se atira todos os dias de cabeça ao abismo e que não existe à venda no mercado pára-quedas capaz de suportar o peso da minha loucura. 

domingo, 25 de maio de 2014

Bikipédia - 3 (Didi, chega-te aqui à Loira)

A Didi escreveu-me para eu falar de roupa. Obviamente que a fasquia do blog subiria se ela me perguntasse o que deveria usar com uma saia amarela parecida com uma cortina que comprou num momento de loucura mas como a Didi sabe que eu não lhe poderia responder pediu-me para lhe falar de roupa de ciclismo. 

Onde encontrar roupa de ciclismo para mulher?
Não é fácil, somos uma minoria e ainda fazem poucas coisas para nós, apesar de haver cada vez mais, porque na altura que comecei era mais fácil fazer 300 km de bicicleta num dia do que encontrar uns calções como devem de ser. Nas lojas de desporto como a Decathlon ou a Sport Zone as coisas que têm são um bocadinho feiosas por isso é preciso procurar muito por coisas giras, a maior parte das coisas que tenho comprei em lojas especializadas, lojas que se dedicam só ao mundo das bicicletas. Também na Internet é fácil encontrar alguns sites que vendem roupa própria para pedalar, apesar de ser bastante cara. Outra solução é começar a participar em maratonas, de cada vez que se faz uma vem mais um Jersey para casa, foi assim que fiz a minha colecção. Os fatos de equipas profissionais também são uma opção, podem ser encontrados em lojas especializadas, na Internet ou, por exemplo, na venda ao público da volta a Portugal.

Posso usar roupa de homem para pedalar?
Ao contrário do selim que convém ser próprio para a anatomia do mulher não há problema nenhum em usar os calções de homem para pedalar. Eu tenho calções de mulher e de homem, a carneira é diferente, mas sinceramente na hora de pedalar não noto diferença nenhuma quando estou a usar os de homem a não ser o facto de ficar com um rabo aparentemente maior, coisa que em alguns casos não é problema mas sim solução. 

Calções com ou sem alça? 
Mais uma vez isto é uma opção pessoal, eu tenho calções sem alça, com alças de homem (duas alças, uma em cada ombro) e com alça de mulher (uma só alça no meio do corpo que em cima contorna o pescoço). Na hora de pedalar o tipo de alça que escolhemos não tem importância apesar de ter diferenças. Os calções sem alças são ideias para quem vai pedalar um dia inteiro, uma vez que na hora de usar a casa de banho são os mais práticos, qualquer um dos outros obriga a que nos dispamos completamente. Os calções com alças, independentemente do tipo de alça são os mais indicados para quem gosta de BTT puro e duro, porque na hora de fazer descidas mais técnicas os calções sem alças podem ficar presos no selim, só me aconteceu uma vez mas isso não me impediu de fazer o resto da descida, posso tê-la feito com o rabo à mostra mas ainda assim desci aquilo tudo e ninguém se queixou.

Espero ter ajudado a Didi e qualquer outra pessoa que passe por aí e esteja interessada. Se com tantos posts a falar de bicicletas conseguir converter alguns de vós aos pedais avisem-me, isso fará de mim imensamente feliz.

sábado, 24 de maio de 2014

A nossa energia pode ser inesgotável (pelo menos até nos cansarmos)

Se há uns anos atrás alguém me dissesse que no futuro eu ia sair de casa um sábado de manhã para pedalar mais de 100 Km e que chegaria a casa ao final da tarde fresca que nem uma alface acabada de colher além de não acreditar era bem capaz de insultar a pobre alma adivinhadora.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Manual de sobrevivência a quedas na óptica do utilizador (Já vos disse que me esbardalhei no sábado passado, não disse?)

Em primeiro lugar posso dividir as quedas em dois tipos. O primeiro tipo é quando consegues perceber que vais cair e ainda consegues evitar o tombo ou no limite consegues proteger o teu corpo e cair da melhor forma possível. Normalmente resulta de uma pequena queda ou encosto para o lado, quase sempre sem consequências. O segundo tipo é quando já vais pelo ar quando percebes não que vais cair, mas que já caíste. Normalmente entre perceberes que caíste e o embate com o chão passam apenas uns milésimos de segundo por isso não tens tempo para nada a não ser para sentir o chão. As consequências podem variar das mínimas até às muito graves, felizmente nunca me aconteceu nada de muito grave por isso vou limitar-me a falar do que sei porque senti na pele. E na carne. E nos ossos. O embate com o chão é como um choque, se demoras milésimos de segundos até chegar lá, demoras uma eternidade para perceber se estás ou não bem, o teu corpo fica completamente abanado e o teu cérebro demora até "acordar" para a realidade. Inicialmente dói-te tudo e até te conseguires levantar e ter a certeza de que estás quase bem vês tudo numa espécie de câmara lenta. Depois levantas-te e verificas que são só uns arranhões, voltas ao bom humor do costume e segues caminho, sempre sem te queixar, mesmo quando dói, afinal és sempre forte e não queres dar agora parte fraca. Sempre que paras o teu corpo arrefece mais um bocadinho e dói ainda mais, não é grave. Estás a almoçar e dói, continuas sem te queixar e ainda fazes piadas, não é grave. Continuas viagem e não tens posição para pedalar, não é grave, o importante é chegar ao final com um sorriso no rosto e mais uma piada na ponta da língua. Quando chegas a casa começas a verificar o corpo, tens um joelho com uma nódoa negra enorme, não é grave. Tens uma anca com uma nódoa negra ainda maior, não é grave. Tens um ombro todo arranhado, um cotovelo todo fodido, um pulso todo arranhado, nada é grave. No banho dói tudo, não é grave. Quando te perguntam se estás bem fazes mais uma piada e dizes que partiste uma unha e isso sim, é mesmo muito grave. Quando vais para a cama não consegues dormir, não é grave. Dói-te as costas, não é grave. Dói-te a omoplata, não é grave. Dói-te o pescoço, não é grave. Tens picadelas horríveis no pulso, não é grave. No dia seguinte levantas-te cedo e vais dar mais uma volta de bicicleta, depois continuas com a tua vida normal e a planear mais treinos e mais viagens. Os dias vão passando e com eles vão indo embora as dores, já tens posição para dormir, nada foi grave. Até ao dia em que as feridas começam de facto a sarar, as crostas começam a secar e tens uma comichão insuportável, não sabes mais o que fazer, creme não alivia, pomada não alivia, água não alivia e nesse instante percebes o que realmente é grave. Grave é isto, os dias em que a comichão te ataca. E por falar nisso, fiquem bem, preciso dos dedos que estão a escrever para me coçar mais um bocadinho.


Eu disse no título que vos ensinava a sobreviver às quedas, não disse nada sobre sobreviver à comichão, disso ainda não aprendi coisa nenhuma.

Independentemente dos motivos de cada um.

Sobre O Caminho, o chão que percorri.

Mas anda tudo doido neste blog? Digo, neste país?

Tenho uma divergência com as finanças. Desculpem desiludir-vos, possivelmente achavam que eu era uma gaja às direitas e agora digo-vos isto assim, sem qualquer preparação prévia (isto para o caso de estar alguém desse lado, obviamente por engano). Como estava a dizer, tenho uma divergência com as finanças. Depois de preencher a minha declaração de rendimentos e fazer a simulação aquela merda calculou um valor astronómico a pagar, andei duas semanas a ganhar coragem para clicar no submeter, mas como estava a acabar o prazo fechei os olhos, coloquei uma mão no peito para o caso de me dar o fanico e lá enviei aquilo, entre lágrimas de dor e gritos de pânico. E então que divergência tens tu com as finanças se mesmo com um valor astronómico a pagar enviaste tudo como deve de ser, Loira? Pois, dizem as finanças que declarei um valor superior ao que é conhecido por eles. Sim, superior. Dizem as finanças que o valor que declarei de rendimentos referentes a anos anteriores e que por acaso até foi a Segurança Social que me pagou é superior ao conhecido por eles. Traduzindo, dizem as finanças que eu sofro de uma perturbação mental qualquer ao ponto de declarar mais do que aquilo que recebi, mesmo tendo no simulador uma quantia astronómica para pagar. Enviei uma justificação via internet mas pelos vistos não lhes chega, querem agora que me apresente nos serviços deles e que perca o meu precioso tempo para prestar provas de que estou mentalmente sã e que de facto foi aquilo que "eles" me pagaram, atrasado três anos, mas ainda assim pagaram. Posto isto, vou ali para a fila das finanças, numa semana em que por acaso o despertador tem tocado todos os dias antes das 06:00 H para eu tentar despachar todo o trabalho atrasado e para, quem sabe, ter mais rendimentos para declarar no próximo ano. Neste país é assim, há quem fuja ao fisco e há quem tenha de esfregar no focinho do fisco as provas de que realmente é burro suficiente para declarar tudo aquilo que recebeu.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ando muito nostálgica (aturem-me se forem capazes)


Poderia descrever-vos centenas de rostos de coragem, como fiz um destes dias com um deles que me marcou de forma mais intensa, mas achei melhor mostrar-vos um. Ainda acham que há impossíveis?

sábado, 17 de maio de 2014

Dor de cotovelo é mesmo fodida minha gente

Cair ou não cair em BTT não é questão que se coloque, o certo é pensar, quando é que vou cair, porque mais cedo ou mais tarde todos caímos. Apesar de arriscar bastante não sou muito de quedas, em mais de quatro anos a pedalar tenho no currículo uma meia dúzia de tombos para contar, coisa pouca. Hoje caí e a conclusão a que chego é que não tenho muita imaginação para me mandar para o chão, é que aquilo mais pareceu uma repetição da queda que tive o ano passado, uma descida, roda da frente presa, loira a voar pelo ar, choque no chão com a cabeça para baixo e as pernas para cima, bicicleta a voar para cima da loira (que cenário lindo). O ano passado precisei de ajuda para sair dali e hoje aconteceu novamente, o que muda por completo todo o meu lema de vida, é que antes eu pensava que depois de cair a solução é levantar e continuar, obviamente depois destas últimas quedas o meu lema passa a ser: depois de cair a solução é levantar e continuar, mas antes "tira-me esta merda de cima". 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Coisas...

Enquanto andava a fazer O Caminho conheci um miúdo que não tinha mais de 16 ou 17 anos. Tinha saído de casa, em Paris, com umas botas nos pés e uma mochila às costas e andava a caminhar há três meses, em direcção a Santiago. Trazia um sorriso no rosto e caminhava com a convicção de quem podia percorrer cada trilho de um mundo inteiro. Nunca mais lhe esqueci o rosto, a expressão,  a coragem. 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Bem sei que o tema do dia é futebol...

Eu estou triste, sou Benfiquista e gostava muito que o Benfica tivesse ganho. Além disso fico fodida por ver pessoas que não tendo vitórias para festejar se contentam em festejar as derrotas dos outros. Mas a pergunta que se impõe neste blog é: Alguém viu o Tiago Machado chegar em segundo lugar naquela subida duríssima da etapa rainha da volta à Califórnia?

Às vezes não entendo muito bem as escolhas das outras

Já sou assim desde miúda, lembro-me bem de estarmos a ver a Rua Sésamo, elas adoravam o Poupas, já eu, era maluca pelo Monstro das Bolachas...

Assumida...

Tenho marcas do sol na pele. Tenho as marcas do calção a meio da perna, tenho as marcas do final das meias, tenho a mão mais branca que os braços por causa das luvas e na parte superior do braço tenho duas ou três marcas, de ir apanhando sol enquanto pedalo. No ano passado até fiquei com uma marca no nariz de fazer O Caminho de óculos. Se me perguntarem se gosto de ver, não, não gosto, mas também não me incomodam, já as tenho há uns anos, inicialmente fiquei apavorada com elas depois tornaram-se um processo natural. As pessoas é que se incomodam, olham-me e comentam horrorizadas: "Ai... como tens os braços...", "Que horror, tens que te tratar...", "Isso está mesmo feio...", "Ai... já viste como tens os braços?" Não, não vi, lá em casa só tenho uns seis espelhos, ainda nem tinha reparado. No ginásio é a mesma coisa, de cada vez que lá vou, começo a tirar a roupa e chega logo alguém pronto a comentar. Eu tento explicar que as marcas não me incomodam, que não é bonito, mas que não penso muito nisso, mas acho que ainda as consigo escandalizar mais um pouco, como é que é possível ter estas marcas no corpo e não ficar em pânico? Eu rio, digo que não me importo nada de usar qualquer tipo de roupa, mesmo com as marcas, que não as vou esconder porque fazem parte do meu corpo e que sim, que sou ciclista assumida. Olham-me incrédulas, como se eu fosse louca, mas também nunca lhes disse que não o era e tão pouco lhes pedi a opinião. 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Outro Post que fala de cuecas (Socorro... eu não mereço isto)

Uma gaja chega a casa ao final do dia, resolve fazer limpeza, no dia seguinte vai passar o dia inteiro no meio do monte. Uma gaja limpa a casa toda, corre de um lado para o outro para deixar tudo impecável. Uma gaja faz um jantar rápido. Uma gaja liga uma máquina de lavar roupa e outra e outra. Uma gaja entretanto já apanhou a roupa que estava estendida. Uma gaja liga a máquina de lavar loiça. Uma gaja prepara o saco e a roupa para o dia seguinte. Uma gaja telefona a um e a outro para combinar os últimos pormenores. Uma gaja prepara uma mousse de chocolate para terem um bom recuperador, quando chegarem da pedalada de sábado. Uma gaja separa a roupa lavada, peças interiores para o estendal interior, peças mais fashion para o outro estendal interior, não vá o sol ser demasiado ou o vento levar tudo, roupa para estender no exterior pronta para o dia seguinte de manhã. Despertador ligado para as seis horas, a partida é às sete mas uma gaja ainda tem que se preparar e estender a roupa. Uma gaja vai dormir. Uma gaja levanta-se, toma um duche, veste-se, toma o pequeno almoço, tem quase tudo pronto, vai estender a roupa e de repente voam umas cuecas que tinham ficado escondidas dentro da manga de um casaco para a varanda do vizinho. Sim, o mesmo vizinho da outra vez. Sim, parece que vou ter novamente uma surpresa no elevador um destes dias. Sim, são links meus senhores e minhas senhoras, ide ver e dizei-me se eu mereço isto. Sim, tenho que reforçar o stock de cuecas lá em casa. Sim, são links meus senhores e minhas senhoras, dizei-me se eu mereço isto e se estará na hora de começar a ponderar mudar de casa... e de vizinhos... ou de deixar de usar cuecas...

terça-feira, 13 de maio de 2014

O universo é bem capaz de satisfazer tudo aquilo que desejamos...

Ontem de manhã, por exemplo, acordei a pensar no que tinha feito durante o fim-de-semana, enquanto fiz o saco para o ginásio e me preparei para sair de casa estive sempre a pensar, na sexta à noite entre outras coisas limpei a casa, passei o sábado no meio do monte a andar de bicicleta, no domingo de manhã tratei da roupa, almocei em casa dos meus pais e voltei para casa, trabalhar num novo projecto. Enquanto me perdia a pensar no que tinha feito e em todo o trabalho acumulado no escritório desejei com toda a força do mundo ter duas horas sem nada para fazer, só isso, duas horas livres para me poder só sentar calmamente no sofá a ler o livro abandonado que ali deixei. Duas horas, foi isso que pedi ao universo. Ainda o dia ia a meio e tive mais uma crise de estômago, dores tão fortes que fui obrigada a deixar tudo e ir para casa, aninhar-me no sofá até ficar melhor, que é como quem diz, passei por lá toda a tarde e toda a noite. É o que vos digo, o universo é bem capaz de satisfazer tudo aquilo que desejamos, provavelmente só precisa de um tradutor melhor. Por mim não te esforces ó universo, deixa-te estar quietinho que eu cá me desenrasco sozinha.

Ai... suspiro... estou tão ansiosa.


Quando começa a chegar o dia, quando os planos se começam a tornar palpáveis dá um frio (tão bom) na barriga.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Perguntas dos outros...

Quando souberam que eu andava a planear fazer novamente O Caminho dentro de alguns dias questionaram-me sobre o porquê de escolher sempre o mesmo destino. Embora faça O Caminho por trajectos diferentes o destino é sempre o mesmo. Porquê? Não soube responder. Depois pensei nisso e talvez se tenha tornado um hábito chegar todos os anos a Santiago. Talvez se tenha tornado um vício. Talvez já nem pense nisso porque a normalidade é isto, ir até Santiago. Talvez quem faça O Caminho uma vez queira sempre repetir, talvez quem o faça muitas vezes nunca mais consiga parar de O fazer. Talvez só façam estas perguntas quem nunca foi nem sabe o que se sente quando chegamos lá. Não vale a pensar nisso, só vale a pena ir.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Hoje acordei muito romântica e com vontade de espalhar o bem pelo mundo (não se riam que isto é sério)

Quando andava a percorrer O Caminho vi muitas coisas, conheci muitas pessoas, algumas acabei por esquecer temporariamente mas de vez em quando chegam-me lembranças delas ao pensamento, é como se estivessem adormecidas e de repente acordassem na minha memória. Talvez isto me aconteça porque foram dias muito intensos em sensações. Só na semana passada é que me lembrei que quando estávamos a sair de León o meu colega parou para nos contar como tinha caído ali numa outra viagem, enquanto conversávamos e riamos do aparatoso acidente que ele teve vimos uma carta em cima da marcação do Caminho, a carta estava escrita em Alemão e eu com os meus fantásticos conhecimentos de quem estudou três anos desta maravilhosa língua e não percebe um caralho do que eles dizem ou escrevem fiz um ar sério e compenetrado, li a carta e cheguei à brilhante conclusão que era de uma caminhante oriunda da Alemanha (o facto da carta estar escrita em Alemão é capaz de me ter ajudado) que ficou a pernoitar no mesmo albergue que um caminhante Italiano, se bem me recordo o nome dele era Filipe, ou algo parecido com isso e ficou completamente apaixonada, na carta ela dizia que adorou conversar com ele, que sonhou com ele (não sei como conseguiu no meio de tantos roncos que se ouvem nos albergues, mas enfim) e que por pura estupidez na manhã seguinte se fez ao Caminho sem falar com ele novamente e sem lhe dizer o que estava a sentir. No final ela deixava-lhe o seu contacto e dizia que tinha intenção de espalhar cartas iguais aquela pelo restante Caminho, com esperança que ele encontrasse alguma delas.
Como vos disse só me lembrei disto semana passada e resolvi escrever este post para vos dar um incentivo, (espalhar o tal do bem pelo mundo) se estão apaixonados por alguém e não têm coragem de lhes dizer escrevam cartas e espalhem-nas por aí (convém deixar um contacto ou uma pista para o tal ou a tal não confundir o remetente). Escrever cartas de amor é lindo e toda a gente devia ter direito a ler uma, ainda que não lhe seja dirigida, como foi o meu caso.




Obviamente que com os meus fantásticos conhecimentos de Alemão ela bem podia estar a mandá-lo à merda e eu ter percebido tudo ao contrário mas isso agora não interessa nada.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A casa está tão vazia...

A sério, é uma tristeza. Inicialmente achamos que o espaço ia ser pequeno, mas afinal não é, o espaço é o ideal para nós. Mas agora faltam lá elas e não é a mesma coisa, a casa fica vazia, quando entramos achamos logo que falta ali qualquer coisa e depois suspiramos, são elas, faltam ali elas. E é uma tristeza, uma dor no coração, já nem as refeições nos sabem tão bem, com aquele espaço vazio ali mesmo ao lado, o espaço que é só delas, a sério pessoas, é um sentimento mesmo triste este das saudades. As bicicletas foram para a manutenção... e a casa está tão vazia...

Eu sei que nunca vos contei isto, mas eu SOU FAMOSA.

Praticamente toda a gente me conhece, falam comigo como se eu também os conhecesse e às vezes até se referem sobre mim a outras pessoas dizendo "Eu sei que há uma Loira...", pois é, como se eu fosse uma verdadeira lenda. Por esta não esperavam, pois não? Aqui na cidade onde vivo há meia dúzia de mulheres que andam de bicicleta e dentro deste pequeno grupo só três é que andam frequentemente, participam em maratonas e são tipo os tremoços, onde há uma festa (pedalada) lá estão elas, eu incluída. Por esta razão não é raro ir comprar uns sapatos e a menina da loja dizer a uma pessoa qualquer que eu sou a tal, a que anda de bicicleta. Não é raro abordarem-me para me parabenizar pelos meus feitos e pela minha coragem, assim mesmo, como se eu fizesse alguma coisa de jeito. Não é raro estar a falar com alguém que mal conheço e essa pessoa dizer que me conhece muito bem, por eu andar de bicicleta. Não é raro fazerem-me sinal na rua ou tratarem-me pelo nome próprio sem eu saber quem são. Não é raro saberem o que eu fiz no Sábado passado ou onde vou no próximo Domingo. Não é raro dizerem a amigos meus que conhecem A Vera, assim, com a boca cheia, como se eu fizesse alguma merda de jeito, eles contam-me entre gargalhadas. E eu? Falo com toda a gente, sorrio, convido as pessoas a juntar-se a mim e tento explicar que não me lembro deles porque de capacete são todos iguais, sou simpática e respondo às pessoas que me perguntam coisas, a única cena que me chateia a sério é ter de me controlar quando me apetece insultar alguém no trânsito ou fazer gestos obscenos, só porque pode ser alguém que me conhece muito bem, deve ser a esta merda que chamam o preço da fama...

terça-feira, 6 de maio de 2014


Planos...

A viagem nunca acaba, já dizia Saramago: "A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. (...) É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."
Eu planeio agora uma nova viagem por trilhos que já tracei um dia, para mim os mais difíceis, os mais dolorosos, trilhos de solo e de vida. É bom voltar onde fomos felizes, é bom galgar mais uma vez um sonho com o pneu da frente. É bom sentir-me em casa mesmo que tudo me seja novamente desconhecido. É bom sentir que mudamos e que voltamos dispostos a ver tudo com outros olhos. No passado pensei que foi por ali que me perdi, agora volto com a certeza que foi por ali que me encontrei.

Socorro, sou IMperfeita...

Acontece-me frequentemente de não saber onde coloquei as coisas na minha própria casa. Esqueço-me dos ingredientes essenciais para o jantar que quero cozinhar. Aliás, nunca sei o que cozinhar. O arroz lá de casa é denominado de arroz dos hospitais. A massa é boa mas estrago sempre os acompanhamentos. Esqueço-me de colocar as bebidas no frigorífico. Todas as vezes que quero ligar o forno tenho que consultar a tabela de tempos do livro de instruções e mesmo assim faço merda. Esqueço-me de limpar o filtro da máquina de secar. Deixo cair a roupa interior na varanda do 1.º andar. Derreto chinelos na máquina de secar. Por muito que limpe nunca consigo ter a casa imaculada e parece-me mesmo que meia hora depois de limpar já há pó. Nunca fui boa cozinheira mas sempre fiz sobremesas deliciosas e até isso, no espaço de um mês já fiz um molotof que ficou parecido com uma bolacha gigante, crocante e com um sabor horrível, um bolo de pudim que ficou completamente desmanchado e ainda um doce de morango que ficou com uma camada toda mole, mais parecia uma papa de bebé. E depois há o tempo, nunca tenho tempo para nada. Já disse que derreti os chinelos na máquina de secar? Pois... Alguém me explica como é que as outras podem ser tão perfeitas?

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Uma questão de sinfonia

Por fora posso ser Dance Music, Haevy Metal, House Music, posso ser Hip Hop, Samba, Reggae, Rap, Popular, posso ser Punk, posso ser Funk, posso ser Pop, posso ser Rock, posso até ser Kuduro ou Lambada. Por dentro toda eu sou Jazz, toda eu sou Fado. Por fora posso dançar qualquer música que toquem para mim, toda eu sou motivacional. Mas para ouvir a minha música interior tenho de sentar-me confortavelmente numa sala a meia luz, fechar os olhos e sonhar. Tudo uma questão de sinfonia.

Bikipédia - 2

Loira, mas pedalas tantos km, como é que não te fica a doer naquele sítio, digamos... no contacto com o selim?

Em primeiro lugar qualquer que seja a vossa bicicleta convém escolher o selim adequado ao vosso corpo, há selins para homens e selins para mulheres e ainda dentro destes géneros há centenas de escolhas, nada como ir experimentando até sentir que aquele é o nosso selim, feito para o nosso corpo, cada um de nós é diferente do outro. Em segundo lugar, se vamos dar uma volta de poucos km não será necessário mas se vamos pedalar a sério precisamos sempre de uns calções com carneira (almofada), a escolha dos calções deverá ser feita mediante o objectivo que temos, quanto mais queremos pedalar melhor terá de ser a carneira dos calções (e consequentemente mais cara). Enquanto pedalamos o melhor será ir levantando o rabiosque várias vezes, quantas mais melhor, para não estarmos sempre sentados, obviamente que isto é para as pessoas que sabem efectivamente pedalar, os que estão a começar deixem-se estar sentadinhos e com o guiador bem agarrado que eu não quero ser culpada de um desastre. Se ainda assim dói ou ficaram cortados de tantos km, nada como uma boa camada de Halibut. Se não têm Halibut, se estão desesperados, se têm de continuar a pedalar nada como passar um pouco de batom do cieiro, acreditem que faz milagres. Depois disto tudo é só sentar o cu no selim e pedalar minha gente.

Adenda: A pedalar nunca se usa cuecas.

sábado, 3 de maio de 2014

Há por aí mais maluquinhos como eu - 1

(...) montado numa bicicleta, já cantei, já gritei, já chorei, já ri até me doer a barriga, já tive ideias brilhantes e, quase sempre, sorrio. Para mim, pedalar é fazer meditação em movimento. Bem mais divertido do que estar sentado numa sala.
Desde que redescobri a bicicleta (...) a minha vida mudou drasticamente, para (muito) melhor. Conheci pessoas fascinantes, bonitas (por dentro e por fora), e visitei sítios lindos, alguns mesmo ao lado de casa, sítios que nunca conheceria fechado dentro de um carro. Para chegar a alguns deles, suei bastante, mas quando cheguei tinha um sorriso nos lábios. A bicicleta pode mudar vidas. A bicicleta muda vidas, se não olharmos para ela como um conjunto de peças em metal e borracha, mas percebermos a sua verdadeira essência, a sua magia escondida num corpo singelo. (...)
(...) Pedala como se não houvesse amanhã, pedindo para que haja, para poderes pedalar outra vez.


Pedro Carvalho, A Gloriosa Bicicleta

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A sério pessoas, a sério, nem as vacas querem nada comigo.

Eu juro que só queria tirar uma foto com ela. Sou tão feia que mal me aproximei ela fugiu a 100 km por hora. Por isso é que não consigo o tal do sucesso, nem as vacas querem nada comigo. Juro que era só uma foto,  a sério pessoas,  eu não merecia isto.