segunda-feira, 18 de maio de 2015

O dia em que deixei de olhar para o meu umbigo

Ontem, enquanto meio Portugal (ou mais) assistia ansioso aos jogos de futebol eu saí para uma pedalada solitária, coisa que adoro fazer, que já não fazia há imenso tempo e da qual já sentia falta. Sentia-me bem, a música tocava alta nos meus ouvidos e podia finalmente meditar um pouco, as pedaladas solitárias são óptimas para isso. A dada altura esqueci-me dos meus pensamentos mais profundos e pensei superficialmente por instantes. Em vez de olhar para a frente estava a olhar para mim, para a minha bicicleta, para os meus sapatos de encaixe, para as minhas meias novas, sentia-me bem, sentia-me feliz, sentia-me vaidosa e orgulhosa por estar ali, a fazer exactamente aquilo que gosto e que me apetece quando vejo uma cobra enorme e gorda já por baixo de mim, tinha-a pisado com o pneu da frente e estava prestes a voltar a fazê-lo com o de trás. Dei um grito de nojo e de repulsa, a cobra ficou para trás, certifiquei-me disso, foram só uns segundos que me pareceram uma eternidade. Por acaso estava a pedalar depressa, se o estivesse a fazer devagar a cobra podia muito bem ter-se erguido, como já aconteceu a um amigo meu, ou ter-se enroscado em mim ou na bicicleta, como já aconteceu a outro amigo meu. Fiz os km que me faltavam com os batimentos cardíacos no máximo, nem queria acreditar que tinha pisado uma cobra enorme como aquela e a minha meditação voltou-se novamente para o meu lado mais profundo. Quando estamos em grupo temos sempre de olhar também para os outros, pensar só em nós nunca é opção, quando estamos sozinhos convém olhar para o caminho que estamos a seguir, ontem foi o dia em que deixei de olhar para o meu umbigo.

6 comentários:

  1. Esses bichos assustam-me muito... Acho que fugia logo a sete pés!

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  2. Ui! Já vi algumas mas nunca pisei nenhuma, que susto :)

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  3. Menina que medo, morro de medo de cobra. Que susto levasse.
    Bjos tenha uma ótima semana.

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  4. Bem, imagino o susto! Há umas semanas 'manobrei' o guiador para me desviar, foram segundos, mas a cobra rechonchuda e semi longa estava morta... Meteu-me mesmo nojo, argh!
    Beijinhos.

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